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Publicado em 21 de fevereiro, 2023 | por Centro Paz e Amor

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E A FAMÍLIA…COMO VAI?

ALBERTO ALMEIDA  (www.albertoalmeida.net)

 

E a família… como vai?

Estes são dias desafiadores, em que se veem famílias destroçadas pelos seus próprios membros, assinalando momentos penumbrosos em tempos de transição planetária.

A família é um sistema que se define como saudável ou não, conforme esteja operando funcional ou disfuncionalmente, respectivamente.

Quando saudável, reveste-se de relações ricas em emoção – seus membros se comunicam abertamente, e há trocas afetivas gratificantes; o lar obedece a uma hierarquia de funções na qual a autoridade parental (pai e mãe) fica assegurada para o devido cumprimento dos papéis que lhes cabe perante os filhos: proteção, nutrição, cuidados, afetividade, etc.

No lar equilibrado, existem regras nítidas que regulam as interações entre os subsistemas: conjugal (esposos), parental (pais-filhos) e fraternal (entre os filhos), garantindo um bom desempenho doméstico, claramente percebido pela união amorosa entre seus membros e, ao mesmo tempo, pela diferenciação e crescimento de cada um de seus integrantes. Estas normas estruturam a liberdade responsável dentro do lar, por meio dos direitos e dos deveres, que são bem definidos para todos os componentes da família.

A educação nobre, comandada pelos pais, estabelece valores e princípios morais que vão sendo insculpidos gradativamente, em cada elemento da prole, criando um ambiente e uma cultura de harmonia e paz que favorecerá, para todos, um futuro esperançoso e feliz.

Quando a família não observa esse desempenho, perde sua função, adoece, e mostra que não está bem por meio de um dos seus membros mais sensíveis e vulneráveis, o qual assume comportamento alterado, variando desde a simples irritação até a enfermidade orgânica; da ação agressiva destrutiva ao uso de drogas; do desequilíbrio emotivo até um transtorno psiquiátrico…

Isso é o que se observa nestes dias quando, com muitas exceções, a família se ressente da ausência da hierarquia pai-filho, com perda da autoridade e da alteridade, apresentando desmandos, ora consagrados em filhos ditadores comandando os pais inertes; ora por meio de pais castradores e violentos, que esmagam seus filhos em punições rudes, bem longe da boa educação que se lhes poderiam oferecer.

Identifica-se, em casa, a diminuição da convivência nos rituais de família (refeições; roda de conversa; entretenimento compartilhado; acompanhamento dos estudos com os filhos; fins de semana juntos; celebrações, etc.), com repercussões negativas para a afetividade, que não tem espaço para ser cultivada e permutada, gerando carências sentimentais inevitáveis. Sem contar os prejuízos psicológicos, em face dos problemas do dia a dia, que vão se acumulando como conflitos, porque deixam de ser tratados numa convivência familiar de cumplicidade.

Percebe-se que os valores cultuados em casa passam a estar centrados no sucesso material e, às vezes, até mesmo sendo estimulado o sacrifício de princípios morais comezinhos, a fim de se alcançar os objetivos estritamente mercantis.

Registra-se no lar ampla competição entre seus membros, numa ausência de solidariedade entre eles, como se fossem oponentes, e não pertencentes ao mesmo clã.

Nota-se que a prole é inclinada ao cumprimento de um culto religioso, sem que se veja um incentivo real à vivência da religiosidade.

Também é nessas horas que a sociedade, com valores bem diversificados e, muitas vezes, ambivalentes, vem, por meio dos grupos sociais que a compõem, replicar para os lares o que deles vem recebendo, realimentando um círculo vicioso.

Assim:

– Multiplicam-se louváveis academias para deixar o “corpo sarado”; mas escasseiam os investimentos nas academias de educação, para permitir ao povo a formação de cidadãos “sarados”.

– Instalam-se, em canais de televisão (aberta e fechada), programas onde vale-tudo – dos gladiadores modernos aos noticiários estritamente de crimes. Todavia, são raras as iniciativas de incremento às programações que incentivem o cultivo da arte (concursos de poesia, de música, de pintura, etc.) e os nobres valores humanos, como nas biografias dos ícones pacifistas, incluindo aqueles que receberam o Nobel da Paz.

– Desdobra-se, ao lado da violência virtual dos “games” em casa, a violência real nas ruas (no trânsito, nos assaltos, nos sequestros relâmpagos, etc.), aumentando a insegurança e o medo das pessoas, que passam a ingerir alta carga de estresse.

– Distende-se a falta de políticas públicas adequadas para a saúde, a educação, a segurança pública, determinando ignorância, enfermidades epidêmicas e tensão psicossocial no povo.

– Amplia-se a presença de gestores e políticos que malversam o dinheiro público, atuando criminosamente e ficando impunes, diante da revolta da população.

– Etc.

Enfim, com todo esse cenário externo pressionando a estrutura do lar, não será de se estranhar que a violência doméstica assuma graves proporções, especialmente quando se inclui a compreensão da reencarnação, que traz espíritos muitas vezes antipáticos ou inimigos para conviver sob o mesmo teto, objetivando reconciliações adiadas em passado longínquo… Por não encontrarem lares revestidos de suficiente amorosidade, capazes de assegurar o perdão libertador, esses espíritos dão margem ao surgimento das tendências animosas de outrora, reacendendo conflitos pregressos, com consequências imprevisíveis.

Igualmente, não podemos esquecer as influências espirituais negativas que se aproveitam da falta de análise, vigilância e oração apregoadas por Jesus, para maximizar a agressividade até o nível da delinquência, denunciando uma lamentável desconexão entre os membros da família e os espíritos guardiães, que em vão buscam tutelar seus pupilos em nome de Deus.

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