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Publicado em 15 de novembro, 2021 | por Centro Paz e Amor

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Mediunidade de efeitos físicos

Por Jorge Ândrea

Este pequeno ensaio sobre Ectoplasmia faz referências iniciais sobre o significado do título e os pesquisadores que contribuíram na elucidação do processo. Procura mostrar o que é ectoplasma e o resultado de algumas análises realizadas. Apresenta o conceito bioquímico que pode responder pelo processo, onde o ATP, elemento bastante difundido no metabolismo celular e resultante do ciclo de Krebs, seria uma das unidades chaves na formação da substância ectoplásmica.

Na moldagem de objetos ou seres humanos, com propósitos bem definidos, terá de existir o campo de energias responsável pela congregação e orientação das moléculas do ectoplasma, traduzido num verdadeiro campo-organizador, consciente e inteligente pelo que demonstra, representando o agente Psi-Theta( Espírito) ou campo espiritual.

A ectoplasmia, conhecida de modo mais popular como fenômeno de materialização, pelos estudos realizados e experiências criteriosas há um século aproximadamente, ainda em despertando o mais expressivo interesse da área cientifica. Foi Charles Richet quem utilizou a denominação diante das pesquisas realizadas em sua época.

A Parapsicologia, com os conhecimentos dos dias atuais, tem por obrigação fazer a abordagem da temática, no capítulo dos fenômenos Psi-Theta. Devido à existência de inúmeros fatos a ectoplasmia não pode ser relegada ao desconhecimento ou mesmo falta de interesse como desejam algumas posições sectaristas.

A ciência avalia os fenômenos de ectoplasmia com desconfiança. Como todo fenômenos Psi-Theta, não pode ser controlado de acordo com as diretrizes e vontade do pesquisador. Essa fenomenologia, em que os agentes Psi-Theta (Espíritos) participam, é quase sempre fugaz, de difícil abordagem e controle, pela presença de inúmeros fatores que se desenvolvem em dimensão diversa daquela que a metodologia cientifica pode avaliar e controlar.

Laboram nestes fatos inúmeros pesquisadores dos quais lembramos: Albert Coste em 1895;Alexandre Aksakof em 1895; Paul Gibier em 1898;Williams Crookes em 1899 e 1923;Gabriel Delanne em 1909 e 1911 e muitos outros.

Os autores são categóricos em afirmar a inconteste existência dessa mecânica, onde dois elementos entram, indiscutivelmente, no processo: o ectoplasma e o agente orientador para que a moldagem se observe. De um lado, a matéria ectoplásmica, fugaz e vaporosa e, do outro, o campo organizador da forma ( campo espiritual) às expensas do qual o ectoplasma se distribui em adequada moldagem.

Ektós ( do grego) – por fora; plasseinforma. O vocábulo ectoplasmia passa a definir, com mais precisão do que o termo materialização, a formação de objetos e pessoas, em ambiente apropriado, às expensas da substância especifica doada pelos sensíveis ou médiuns (ectoplasma). Devemos fazer diferença do termo ectoplasma empregado em biologia para designar a região mais externa do protoplasma celular, do significado parapsicológico do presente escrito.

O ectoplasma é substância amorfa, vaporosa, com tendência a solidificação pela evolução do fenômeno, tomando forma por influencia de um campo-organizador especifico. Facilmente fotografado; de cor branco acinzentado; vai desde a névoa transparente à forma tangível; de aspecto semelhante aos tecidos vivos oferecendo sensação de viscosidade e frieza.

O ectoplasma foi analisado por vários pesquisadores dos quais destacamos as seguintes conclusões:

– Dr.V.Dombrowsky ( Varsóvia) – ” O ectoplasma está constituído de matéria albuminóide, acompanhado de gordura e de células tipicamente orgânicas. Não foram encontrados amiláceos e açúcares”.

– Dr. Francês ( Munich) – ” Substância constituída de inúmeras células epiteliais, leucócitos e glóbulos de gordura”.

– Dr. Albert Scherenk-Notzing citado por Charles Richet – “O ectoplasma está constituído por restos de tecido epitelial e gorduras”.

– Dr. Hernani G. Andrade – ” O ectoplasma é Substância formada com recursos da natureza originando-se dos tecidos vegetais ( ectofiloplasma) e de origem animal ( ectozooplasma) e de origem mineral ( ectomineroplasma)”.

Muitos autores que analisaram a substância encontram células anucleadas em sua constituição. O ectoplasma seria substância originária no protoplasma das usinas celulares, onde o ATP (trifosfato de adenosina) teria expressiva participação, ao lado de outros elementos. Dessa forma, não podemos deixar de considerar a importância do fósforo nas atividades bioquímicas orgânicas e, consequentemente, no desenvolvimento do processo ectoplásmico em suas especificas dosagens. No dizer do professor Aldemar Brasil: “Em síntese, o ATP, que equivale por cada ligação piro-fosfática desgarrada de sua molécula, a mais ou menos 7.500 kcal, é a unidade usada em biologia para expressar a transferência de energia oriunda do ciclo de Krebs, e de outras fontes. No ciclo de Krebs, também denominado de ciclo dos ácidos tri-carboxílicos, a energia é libertada pela transferência de elétrons para a cadeia respiratória, provindos de substratos em que o hidrogênio é ativado, desgarrado e transportado com seu elétron até o oxigênio, também ativado ao receber esses elétrons, formando-se, então, a água. Para tanto, no ciclo de Krebs há processos de descarbolização, desidrogenação, etc., operados por enzimas especificas ativadas por coenzimas determinadas”.

Qual o mecanismo criativo do ectoplasma na organização do agente doador (sensível ou médium)? Claro que seria uma condensação energética apropriada transformando-se em matéria. A informação de André Luiz, em “Mecanismos da Mediunidade”, é bastante lógica e sensata: “O ectoplasma resulta de um processo de desagregação molecular formado por forças desconhecidas, ao mesmo tempo que o fenômeno fica sob controle de campos de forças organizadoras capazes de reagrupar as moléculas segundo um modelo determinado. “O fenômeno de ectoplasmia, é preciso que se diga, é fenômeno de plasmagem e não de criação de matéria. A plasmagem se dará às expensas da substância (energia) fornecida pelo médium que, a pouco e pouco, atingirá o processo de condensação, voltando à sua fonte por mecanismo inverso. Temos como certo, também, que o ectoplasma é substância que, além de fornecida pela organização humana (médium), será plenamente enriquecida (completada) com outros elementos da natureza provindos dos vegetais e de outras matérias orgânicas, de origem animal, numa especifica arregimentação.

Os chamados processos de ectoplasmia investem complexa mecânica, de difícil avaliação pelos atuais métodos que a ciência pode oferecer. Para que o fenômeno se observe e seja bem equacionado, haverá necessidade de lembrarmos o conceito de Claude Bernard de que na usina celular opera-se a totalidade dos fenômenos vitais, muitos dos quais transcendem a avaliação pelos nossos sentidos. A maioria desses fenômenos bioquímicos, mormente da esfera da ectoplasmia, estariam ligados aos compostos fosforados e suas correlações com as enzimas e hormônios.

No núcleo celular existiriam fontes especificas de energia, ligadas ao ADN e ARN (ácido desoxirribonucleico e ribonucleico), a comandarem os processos metabólicos mais expressivos no soalho protoplasmático. O elemento participante ativo desse processo de formação de energias no corpo celular seria o ATP (trifosfato de adenosina), resultante do ciclo de Krebs. O ATP, sendo a primordial fonte de energia nos processos celulares, estaria comprometido na formação do ectoplasma. Esse processo de doação do ATP traduziria uma “qualidade especifica” do médium na manifestação da fenomenologia paranormal de efeitos físicos. Haveria, neste caso, por intermédio das organizações celulares, uma maior irradiação dessas energias, que se tornariam mais expressivas nas reuniões destinadas a esse tipo de trabalho. Isto mostraria a influência dos participantes da equipe (encarnados e desencarnados) concorrendo no maior fornecimento da substância ectoplasmática por parte dos que apresentam essa possibilidade. Quando a quantidade de substância irradiativa fosse bem expressiva, já fora da fonte de origem, poderia mostrar-se sob forma gasosa visível (nuvem), por um processo de condensação, constituindo material especializado e com possibilidades de aproveitamento nos mecanismos em pauta.

No denominado passe energético, muito utilizado nas casas espíritas sob forma de fluidoterapia, acreditamos que esses elementos de irradiação, devidamente elaborados pelo psiquismo, carregam em seu bojo quase que especificamente energias originárias no ATP da usina celular. Ainda mais, este material de doação energética, passando à dimensão física por condensação, poderá ser aproveitado pelas Entidades Espirituais na vestidura de seus campos de forças nos trabalhos especializados da ectoplasmia.

Assim, essa substância, o ATP, deverá fazer parte do ectoplasma e, na medida que o processo se desenvolve por condensação, vai oferecendo as naturais modificações químicas pela queima da molécula fosfórica que permitirá a ectoplasmia luminosa; por tudo, podemos avaliar a importância do fósforo, em suas múltiplas combinações, no mecanismo da ectoplasmia.

Esclarecemos que o processo da ectoplasmia revelando o aparecimento de um ser humano (Espírito envolto no ectoplasma) não representa exclusivamente a vestidura com ATP. Haveria, na massa ectoplásmica, em sua constituição, pelo alto teor de energias que carrega consigo, outros elementos orgânicos das próprias células ou mesmo substâncias arrecadadas na Natureza, em especificas reações químicas, às expensas de equipes espirituais que participem do processo.

Chepelle, descobriu que o mecanismo de emissão de luz dos pirilampos (vagalumes) estaria ligado a uma enzima, a luciferase, quando oxidada pela luciferina. Neste mecanismo não haveria participação ativa do ATP celular? Não existiria, neste processo, uma correlação, pelas reações afins, de doação de energias embora em degrau bioquímico diverso, com a mecânica da ectoplasmia?

Na ectoplasmia a bioquímica seria mais avançada e onde deverá existir uma participação toda especial das camadas profundas do psiquismo do doador, sem que a vontade e o raciocínio da zona superficial ou consciente possam interferir. Isto não quer dizer que a zona do inconsciente ou espiritual do doador ou médium seja a responsável pelo processo ectoplásmico, mas uma zona orientadora dos mecanismos psicológicos e parapsicológicos. Só haverá ectoplasmia de um ser humano quando o campo inteligente do agente Psi-Theta, ou campo espiritual, comandar o processo. O inconsciente ou psiquismo de profundidade do médium dirige o seu próprio metabolismo e quimismo, mas, nunca a moldagem externa do objeto. A substância ectoplásmica, ao definir a morfologia humana, terá que sofrer a influência orientadora dos vórtices inteligentes do agente modelador que, de acordo com a necessidade e possibilidade, traduzirá o processo de modo parcial ou total, a fim de atingir a sua finalidade.

As variedades de ectoplasmia são inúmeras e com tonalidades especificas. Existem moldagens tão marcantes da parte do doador ( médium), que o campo modelador não consegue efetivar com precisão as suas próprias características, mostrando semelhança com o corpo do médium; é como se o médium reforçasse o mecanismo com substância pré-moldada, isto é, o seu corpo astral (matéria orgânica especifica irradiante) fosse projetado na massa ectoplásmica em processamento. Isto tem criado muita celeuma quanto à validade do processo. Aqui não cabe a discussão do problema.

Além das variedades parciais ou totais, a ectoplasmia poderá ser opaca ou luminosa. Neste último caso, pela iluminação da forma em exposição, devido à queima do fósforo, será apreciado, com detalhes, pela nossa visão, a aparição. Sabemos que os processos da ectoplasmia, em sua maioria, necessitam da ausência de luz branca para a sua realização; esta como que desorganiza o processo, o que não acontece com a faixa luminosa do vermelho, até recomendado nas câmaras de ectoplasmia.

Concluindo: a ectoplasmia encontraria no ATP das células uma das substâncias especificas para as próprias moldagens. E, estas, só seriam possíveis com a presença do campo-organizador-orientador do agente Psi-Theta ou Campo Espiritual.

Fonte: Revista Presença Espírita

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