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Publicado em 28 de janeiro, 2020 | por Centro Paz e Amor

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Nós, malabaristas da vida

Haroldo Dutra Dias conta-nos em uma de suas notáveis palestras, que um dia levou seu filho ao circo e juntos assistiram a uma apresentação de um malabarista típico que mantinha vários discos rodando ao mesmo tempo, cada um sobre uma vareta. Fez então uma analogia muito boa com a vida: temos que fazer similar malabarismo para dar conta de vários aspectos da nossa vida.

Dar atenção aos filhos, ajudá-los nas tarefas escolares ou nas dificuldades, resolver os problemas do trabalho, dar atenção ao cônjuge ou namorado(a), visitar os pais, não esquecer dos avós, cuidar da vida espiritual, não esquecer de instruir-se, manter-se atualizado, ter momentos de lazer com a família, cuidar das contas a pagar, resolver problemas de manutenção física do lar, cuidar da saúde física, atender às adversidades. Ufa! Ficamos cansados só de ler isso!

Mas essa é a vida. Estamos aqui na luta, ninguém disse que seria fácil e, como para tudo, a saída é o equilíbrio, com a experiência e amadurecimento, esse equilíbrio vai sendo mais eficientemente alcançado.

Quando estamos crescendo profissionalmente, passaremos um tempo focado nesse aspecto e o malabarismo ou desafio será não abandonarmos os familiares e os demais aspectos importantes. É um esforço hercúleo, mas é o que Deus nos colocou na vida para o nosso próprio amadurecimento. Deus nos dá a força para removermos as pedras do caminho, mas nós é que faremos o esforço, como nosso Mestre Jesus instruiu-nos em seu Evangelho.

E nesse processo todo, fazemos o que sabemos no momento, não adianta pensar que hoje faríamos diferente ou melhor, porque para ter chegado a essa consciência atual foi necessário vivenciar tudo o que vivenciamos antes, então, está tudo certo como é e foi, pois temos os frutos de nosso livre arbítrio, de nossas decisões, resultado do que soubemos fazer naquele momento.

E, além disso, como dizia o nosso saudoso Chico Xavier: “não podemos voltar no tempo e refazer tudo, mas podemos fazer um fim diferente”. Que coisa maravilhosa ter o agora novinho só para nós fazermos tudo melhor, como um amanhecer de céu azul, árvores verdes, flores coloridas e a cigarra cantando, tudo para recomeçar. E sem a culpa do que não fizemos ou não fazemos, que só piora a nossa vibração, além de nada solucionar.

Sabemos que não poderemos dedicar a nossa energia e tempo somente para um aspecto de nossa vida, isso é impossível, hoje em dia. E se o fizermos, “alguns discos” cairão no chão, como no malabarismo. É comum e, absolutamente, necessário que foquemos por um tempo num aspecto que precisa de nossa total absorção, mas temos que ter consciência que isso passa, e precisamos atender as outras demandas da vida também, em seu devido tempo.

A consequência da atenção numa só atividade é o vício e a inflexibilidade, tal como a pessoa que passa a maior parte do tempo manuseando o celular e esquece de todo o resto. Os “discos” família, amigos, instrução, espiritualização e outros mais cairão por falta da nossa presença. Pessoas dadas a tais desequilíbrios ficam tão cegas que é muito raro admitirem ter tal problema.

A Natureza ensina-nos a harmonia, onde tudo acontece naturalmente, respeitando as Leis de Deus, sem nada reclamar ou protestar. A flores crescem, encantam os nossos olhos, colorem os jardins, fornecem o néctar para os insetos, até morada a pequenos bichinhos e cumprem com todas as funções que Deus lhes atribuiu, simplesmente sendo.

A orquestra fornece-nos a música melodiosa, onde cada instrumento coopera para que a harmonia aconteça e o maestro conduza a todos, ao mesmo tempo. Somos os maestros que precisamos tocar a música com amor e harmonia.

A vida é um jogo também, onde estaremos em constante luta para manter a cadência, esforçando-nos para que nossos discos não caiam.

A força para toda essa empreitada está em Deus, na força que Ele nos dá para sermos resilientes, pacientes, humildes e perseverantes. E com a vantagem de podermos a todo instante recolher os discos que caíram e recomeçar com bom ânimo, mesmo que a plateia no reprove, como no circo.

Errar faz parte do crescimento, assim como o acertar. Aceitá-los por igual é a harmonia desejada.

Quando o malabarista começa a colocar excesso de discos para equilibrar, mais que costumava, começa a ansiedade, a impaciência, a depressão e, como consequência, lá se vão ao chão os discos da ambição e ganância desmesuradas. Então a professora dor o leva a refletir. O Brasil, aliás, é o país de maior índice de ansiosos do mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde, pesquisa de 2019, atual.

“O sucesso significativo, porém, se expressa como a atitude de equilíbrio entre o conseguir e o perder. Nem sempre todas as respostas da luta são positivas, de triunfo. O fracasso, desse modo, faz parte integrante do comportamento da busca. Não se deter, quando por ele visitado, retirar a lição que encerra, analisar os fatores que o produziram, a fim de que não se repita, e recomeçar, quantas vezes se faça necessário, eis a forma de torná-lo um sucesso verdadeiro”. Este é um parágrafo que está na obra de Joana de Angelis, Amor, Imbatível Amor, psicografado por Divaldo Franco.

Mas, de tanto treinar, o malabarista fica cada vez mais seguro de si e conhecedor de seus limites e não deixa nenhum disco mais parar. É isso que o Pai quer de nós, a confiança de que não recebemos um fardo mais pesado do que podemos carregar e que podemos equilibrar a vida usando o amor como combustível.

Maria Lúcia Garbini Gonçalves

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