Publicado em 9 de maio, 2019 | por Centro Paz e Amor
0O céu e o inferno – Os anjos e os demônios
O céu e o inferno, muito além de regiões específicas do Universo devem ser considerados como o momento de cada um em seu próprio universo Evolutivo.
“O Reino dos Céus é dentro de voz” nos diz o mestre.”
O que isso quer nos dizer? Qual a mensagem por trás das palavras do MESTRE?
Jesus se referia ao estado de consciência de cada um, as dores ou as alegrias que cada um trás em sua consciência, pelos próprios atos construímos o nosso céu, ou o nosso inferno, depende da escolha que fazemos; avançar ou estacionar, nos despojarmos de nossos preconceitos, vícios, excessos ou simplesmente mantê-los.
Há que considerarmos também a contraparte física destes conceitos, as regiões do Universo são diferenciadas pela vibração que as caracteriza, em seus infinitos níveis de energia, desde as mais densas, regiões onde habitam espíritos culpados, renitentes no mal até as mais sutis onde podemos denominar como esferas elevadas.
Os espíritos em evolução estão encapsulados em diversos níveis de energia, do mais denso ao mais sutil podemos citar sete (Físico, etérico, Astral, Mental Concreto, mental abstrato, búdico e átmico)
Através de suas ações, de seus pensamentos e sentimentos o homem adensa ou sutiliza seus corpos de manifestação, quando desencarna leva consigo este “peso” que o situa entre as diversas regiões que circundam o orbe onde habita.
Um espírito que quando encarnado teve como norte de sua vida o Evangelho do Cristo, vivenciou a caridade e o amor ao próximo com certeza sutilizou sua roupagem fluídica e fica em condições de habitar as esferas mais elevadas, tem mais liberdade de ação, pode se deslocar com mais facilidade, encontrar aqueles que ama.
Já o homem que preferiu carregar em si mesmo as chagas da humanidade: o Egoísmo, o ciúme, a avareza, que prejudicou o seu irmão, em fim, que foi completamente alheio aos preceitos da vivência cósmica, adensou sua roupagem fluídica e com certeza não terá acesso as esferas mais elevadas quando cerrar os olhos do corpo físico, habitará no inferno que construiu para si mesmo até que a consciência se reajuste na senda do bem e a individualidade receba nova oportunidade de recuperar a si mesmo nascendo em um novo corpo de carne, carregando os estigmas que alimentou no passado.
A felicidade, a tristeza, o céu e o inferno são conquistas do espírito, cada ato, cada pensamento, cada palavra carrega consigo o tijolo que edifica o próprio destino.
Importante destacar que nenhuma criatura está fadada ao inferno eterno, ou seja, a estar sempre habitando o sofrimento. A LEI do progresso é clara, nada que foi criado por DEUS está fadado a derrota, ao sofrimento. A criatura sempre encontrará ensejo de crescer, de evoluir e de subir os degraus da Evolução.
Nos diz Allan Kardec em “O Evangelho Segundo o Espiritismo” que o Céu é ganho pela caridade e pela brandura”.
E os Anjos? Seriam seres privilegiados? Teriam eles sido criados já com toda a sabedoria e devotados ao sumo bem?
Segundo a Doutrina espírita os Anjos não são seres privilegiados, pois se houvesse dois sistemas de criação, não haveria justiça e, por conseguinte DEUS não seria perfeito.
Os Anjos de acordo com o Espiritismo são espíritos que já passaram por inúmeras experiências neste e em outros mundos, são seres que passaram por todas as etapas do processo evolutivo e alcançaram considerável evolução, o que lhes confere perante algumas doutrinas o título de Anjos, que para o Espiritismo são Espíritos muito avançados moral e intelectualmente, que já possuem uma união mais perfeita com o pai, fruto de seus esforços nos milênios incontáveis.
E os Demônios? Seriam seres criados exclusivamente criados para o mal e para sempre o serão? Será que algo que foi criado por DEUS que é soberanamente bom e justo vai negar pela eternidade a sua origem Divina?
Segundo a Doutrina Espírita a resposta é não. Demônios, espíritos maus, nada mais são que espíritos pouco esclarecidos, que por seu orgulho, sua vaidade e teimosia persistem por tempo indeterminado nas faixas mais baixas da vida, o que não podemos dizer que será para sempre, pois só depende do seu livre-arbítrio reformar-se e dar um passo na direção do criador. Portanto serão maus enquanto quiserem, pois como todas as criaturas também são dotadas de livre-arbítrio bastando uma vontade firme para dar início ao seu processo de renovação.
“Deus não concede privilégios, em qualquer estância do Universo, a alma recebe, inelutavelmente, da vida o bem ou o mal que da de si própria”
“O criador concede as criaturas, no espaço e no tempo, as experiência que desejem, para que se ajustem, por fim, às Leis de bondade e equilíbrio, que o manifestam. Eis por que, permanecer na sombra ou na luz, na dor ou na alegria, no mal ou no bem, é ação espiritual que depende de nós”
“O inferno, consolidado por localidade inferior ou estância de suplício, depois da morte, começa de cada um e comunica-se, pessoalmente, de espírito desvairado a espírito desvairado”
“A providência Divina permite a colonização dos seres bestializados, além do túmulo, em regiões específicas do espaço, para limitação e tratamento das calamidades mentais em que se projetaram ou que fizeram em merecer”
“A falta que depende de nós, chega antes, e o sanatório que corrige chega depois”
“O céu começará sempre em nós mesmos e o inferno tem o tamanho da rebeldia de cada um”
“O inferno é remorso, na consciência culpada, cujo sofrimento cessa com a necessária e justa reparação”
“Todas as vítimas das trevas serão trazidas a luz, e todos os caídos serão levantados, ainda que, para isso, a esponja do sofrimento tenha de ser manejado pelos braços da vida, em milênios de luta. Isso porque as leis Divinas são de justiça e misericórdia, e a providência inefável jamais decreta o abandono do pecador”
Emmanuel
Imprescindível recordar diariamente as advertências do MESTRE, pois em matéria de evolução, carecemos muito do “Amai vos uns aos outros como eu vos amei”.
Em matéria de Evolução o espírito necessita conscientizar-se de que é o único responsável pelos sofrimentos e alegrias que venha a passar, culpar o próximo, a Deus, aos desencarnados pelos nossos erros é infantil e deve fazer parte do passado desde já, assim à conquista de nossa própria libertação estará em nossas próprias mãos e jamais relegado aos outros.
Temos um só DEUS, uma só LEI que determina o espírito como sendo Juiz, advogado e réu de seus atos. Juiz porque a própria consciência deve definir os parâmetros do seu julgamento conforme cresce em conhecimento, advogado pelo bem que faz e que o defende em qualquer parte e réu pelas faltas que comete.
A vontade de servir e amar na seara do Criador sempre nos elevará, ao passo que se reter na ociosidade sempre será caminho de sofrimento na jornada de cada um.
Obras consultadas
Allan Kardec – O céu e o Inferno, A justiça Divina segundo o Espiritismo;
Emmanuel / Francisco Cândido Xavier – Justiça Divina.