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Publicado em 3 de fevereiro, 2023 | por Centro Paz e Amor

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O vendedor de verduras

Rosa vinha caminhando pela calçada quando viu um garoto que vinha em sentido oposto trazendo uma cesta cheia de verduras.
Ao ver a menina, o garoto parou e, passando um pano pelo rosto suarento, perguntou:

— Ô menina, será que sua mãe está precisando de verduras?
Rosa olhou as verduras, meio murchas sob o sol forte, e respondeu:
— Não sei. Estou a caminho da escola e não posso voltar para casa. Vá até a minha casa e fale com minha mãe. Fica aqui bem perto! — E passou-lhe o endereço.
— Bem, não sei se adianta você ir até lá… — considerou depois de olhar as verduras.
— E por quê? — perguntou o garoto, de olhos arregalados.
— Ô menina, será que sua mãe está precisando de verduras?
Rosa olhou as verduras, meio murchas sob o sol forte, e respondeu:
— Não sei. Estou a caminho da escola e não posso voltar para casa. Vá até a minha casa e fale com minha mãe. Fica aqui bem perto! — E passou-lhe o endereço.
— Bem, não sei se adianta você ir até lá… — considerou depois de olhar as verduras.
— E por quê? — perguntou o garoto, de olhos arregalados.
— Veja o estado delas! Estão murchas, feias!
O garoto ouviu a menina e baixou a cabeça, desanimado.
— Eu sei. Estou desde cedo tentando vendê-las debaixo deste sol, sem resultado. Mas, o que vou fazer? Preciso de dinheiro!
— Agora tenho que ir para a escola — disse Rosa, acenando com a mão para o garoto.
O menino sentou-se no meio-fio, em dúvida. Depois resolveu ir até a casa da garota!
Pegou a cesta e seguiu o rumo indicado. Ao chegar, viu uma casa bonita, com lindo jardim e ficou sem coragem de bater. Afinal tocou a campainha; uma senhora de rosto simpático veio atender.
— Estou vendendo verduras, senhora. Quer comprar?
A dona da casa fitou o menino, que transpirava muito. Olhou a cesta, depois para as mãos, que o menino escondia, e percebeu que estavam feridas. O garoto aguardava, de cabeça baixa. Com sorriso ela disse, animada:
— Pois vou comprar todas as suas verduras!
O garoto levantou a cabeça, de olhos arregalados e gaguejou:
— Talvez a senhora não tenha notado, porém elas estão um pouco murchas…
— Não se preocupe, meu filho. É só colocá-las na água e elas voltam a ficar bonitas! — respondeu, gentil, a dona da casa.
— Ah! Que bom! Fico contente, pois não gostaria que a senhora tivesse prejuízo na compra — disse ele, aliviado.
Olhando-o com piedade, ela disse:
— Você parece ser um bom garoto! Quer entrar e comer alguma coisa, tomar um suco ou uma água? Deve fazer muito tempo que está caminhando sob o sol!
Ele agradeceu, aceitando o oferecimento da senhora tão boa. Logo, ele estava sentado na cozinha, conversando com ela, que já sabia que o nome dele era Toninho, que quis saber mais sobre sua vida.
— Meu nome é Irene, Toninho. Por que está vendendo verduras com uma cesta tão pesada?
— Dona Irene, somos pobres. Minha mãe planta verduras no quintal de casa: couve, alface, almeirão e muitas outras. Porém ela não pode vendê-las, pois tenho irmãos pequenos: um de dois anos e um bebê de seis meses. Meu pai era pedreiro e morreu há algum tempo. Então temos que conseguir dinheiro para viver!…
Irene estava comovida com a história de Toninho. Disfarçando a emoção, ela saiu da cozinha e voltou logo depois com uma caixa de primeiros socorros. Lavou-lhe as mãos, enxugou-as bem, e fez os curativos, envolvendo-as com uma faixa, para não entrar sujeira e sarar logo.
Depois, deu-lhe um sanduíche e um copo de suco bem geladinho. Toninho comeu e bebeu num instante. Estava com muita fome! Sentia-se bem melhor agora.
Irene perguntou se a casa onde moram é deles, mas Toninho respondeu:
— Não, dona Irene. Meu pai era pedreiro, mas nossa casa é alugada. Agora, o dono quer despejar a gente por falta de pagamento do aluguel atrasado. Não sei o que vamos fazer!

— Não se preocupe, Toninho. Vamos dar um jeito! — disse Irene com o coração apertado de compaixão, tranquilizando-o.
Tendo uma ideia, a senhora resolveu conhecer a mãe de Toninho. Pegando a cesta, foram de carro até a casa do garoto. Lá, a mãe de Toninho ficou surpresa ao vê-lo chegar com uma senhora tão distinta e, como ele estivesse com as mãos envoltas em curativos, ela se assustou, porém Irene a acalmou dizendo:
— Não se preocupe, Lúcia. Muito prazer! Eu sou Irene. Toninho está bem. Ele feriu as mãos na alça da cesta, e vim trazê-lo.
Lúcia convidou-a para se sentar e, acomodadas, Irene explicou:
— Soube da situação de vocês por Toninho. Aceita trabalhar conosco? Temos uma casa no fundo, onde podem morar. Assim, ficará perto dos filhos, especialmente do bebê. Nossa família é pequena, temos só uma filha e a casa é muito grande para nós três!…
Ao ouvir a proposta, Lúcia começou a chorar de emoção.
— Dona Irene, mas claro que aceito!… Foi Deus quem a mandou aqui! Que Deus a ampare sempre!… A senhora tirou um peso dos meus ombros. Tenho orado muito a Jesus pedindo que me abrisse um caminho, pois estava ficando agoniada com a nossa situação.
As crianças estavam felizes e Toninho chorava de alegria e alívio. Os menores não sabiam o que estava acontecendo, mas, ao verem a mãe feliz, sorriam também.
Assim, quando Rosa chegou da escola, surpresa, ficou sabendo da decisão de sua mãe. Sentiu-se aliviada, pois durante a tarde não pôde se esquecer do vendedor de verduras e a maneira como o tinha tratado.
Rosa recebeu Toninho e a família de braços abertos, agradecendo a Jesus, que com certeza tinha orientado sua mãe para ajudá-los.
MEIMEI
(Recebida por Célia X. de Camargo, em 18/08/2014.)

Fonte: www.oconsolador.com.br

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