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Publicado em 24 de abril, 2018 | por Centro Paz e Amor

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Reflexões sobre a ingratidão

Ingratidão

“Perguntou, pois, Jesus: Não foram limpos os dez? E os nove, onde estão?”

(Lucas, cap.17, versículo 17).

                                                                                     Rodrigo Miranda

Não conseguiríamos avaliar por completo a mobilização dos recursos divinos para que hoje estivéssemos encarnados neste abençoado planeta.

A aproximação dos espíritos que nos permitiram um novo corpo material, as condições para esta aproximação do casal, o êxito da fecundação, o equilíbrio relativo da gestação e do desenvolvimento fetal.

O nascimento no ambiente ideal que precisávamos, bem como o momento sócio, político, econômico, cultural e espiritual que mais necessitávamos para novas construções espirituais…

A luta e o trabalho de pessoas anônimas para que tivéssemos acesso à alimentação, saúde, educação…

Os benefícios gerados pelo progresso, onde do metal pesado em transformação tivéssemos as máquinas, os veículos, os aviões…

Ampliando um tanto mais, as benesses dos recursos naturais propiciadores de beleza aos nossos olhos e saúde para nossos corpos, como a água e a luz solar, ou da magnífica obra do Universo, mantida por perfeitas leis que transcendem a pequenina capacidade de compreensão humana…

Mesmo diante de tudo isto e de muitas outras coisas, ainda sentimos dificuldades na construção da gratidão.

Dificilmente enxergamos o lado positivo da vida, que suplanta o momento pesaroso e difícil, que possivelmente temos que enfrentar; por vezes nos consideramos demasiadamente autossuficientes e não somos tocados pela ajuda e estímulo que o próximo nos oferece. O orgulho fala alto e não valorizamos a ação do próximo a nosso favor ou não queremos reconhecer tal atitude; de forma enferma, consideramos que agradecer poderia nos rebaixar, diminuir, tornar-nos fracos…

Joanna de Ângelis explica:

“O ingrato é enfermo que se combure nas chamas do orgulho

mal dissimulado, da insatisfação perversa. A si todos os direitos e

méritos se atribui, negando ao benfeitor a mínima consideração,

nenhum reconhecimento.

Olvidando-se, rapidamente, do bem que lhe foi dispensado,

silencia-o, mesmo quando não pensa que o recebido não passou

de um dever para com ele, insuficiente para o seu grau de importância. A ingratidão é chaga moral purulenta no indivíduo, que debilita o organismo social onde se encontra. Assim, os ingratos são numerosos, sempre soberbos, e autossuficientes, em dependência mórbida, porém, dos sacrifícios dos outros.” (1)

Ninguém avança no caminho da evolução sem o próximo ao seu lado! Estamos sempre diante de um superior que nos impulsiona e à frente de um inferior que temos o dever de também impulsionar, fazendo-o avançar.

Reconheçamos o valor daqueles que nos ajudaram e ajudam em nossa estrada da vida. Aos que nos deram palavras de estímulo quando estávamos prestes a desistir, aos que nos apoiaram até financeiramente quando não mais tínhamos como solver a dificuldade material que se apresentava.

Sejamos gratos também aos que nos trouxeram empecilhos e lutas, dificuldades e necessidade de esforço contínuo para superarmos barreiras que quiçá considerávamos intransponíveis, pois nos ensinaram o trabalho, a perseverança, o recomeço, o caminho do esforço…

Gratidão aos nossos pais que permitiram a nossa vida física, não importando as dificuldades que os mesmos também tenham na intimidade, pois se fomos atraídos para difíceis níveis de relacionamento é que disto precisávamos para drenar energias enfermas e desenvolver novos potenciais espirituais, novos sentimentos sadios. Lembremos que os espíritos frequentemente reencarnam nos mesmos meios já vividos anteriormente e se relacionam com os mesmos espíritos de outrora.

Diante até de um abandono materno ou paterno, onde nenhuma responsabilidade de nossa parte poderia ser justificada nesta existência, temos que reconhecer nesta situação – diante da justiça e amor de Deus – que era exatamente isto que precisávamos e merecíamos da misericórdia divina e ainda assim gratos por viver.

Agradeçamos as portas fechadas, muitas vezes providenciais para que não nos perdêssemos novamente nos mesmos erros de vidas anteriores, desperdiçando a reencarnação.

Diante disto, se alguém muito nos ajudou e por algum motivo não agradecemos até hoje, elevemos uma prece ao Senhor da Vida em seu nome e o procuremos, se for isto possível, para o abraço fraterno, ofertando nosso muito obrigado.

Narra o evangelista Lucas, que ao partir para Jerusalém, passava Jesus pelo meio da Samaria e da Galileia. E, ao entrar em certa aldeia, vieram ao encontro dele dez varões leprosos, que pararam a certa distância. Eles levantaram a voz dizendo: Jesus, Comandante, tem misericórdia de nós! Ao vê-los, disse-lhes: Ide, mostrai-vos aos sacerdotes. E sucedeu que, ao saírem, foram curados mas somente um, vendo que estava curado, retornou para agradecer a Jesus, ajoelhando-se em seus pés. Em resposta, disse Jesus: Não foram purificados dez? Onde estão os nove? Não se encontrou ninguém que voltasse para dar glória a Deus, senão este estrangeiro? E disse-lhe: Levanta-te e vai; a tua fé te salvou.

Voltemo-nos para Jesus ao início e término de cada dia, ao menos, e agradeçamos a oportunidade da vida e de suas múltiplas experiências para nosso progresso espiritual.

(1) FRANCO, Divaldo P. – Joanna de Ângelis – “Jesus e Atualidade”, PENSAMENTO,  7ª ed. – 2003.

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