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Publicado em 9 de junho, 2021 | por Centro Paz e Amor

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Cine Terapia: A Outra Terra

(Vencedor do festival Sundance 2011)

Um filme de Mike Cahill com William Mapother e Brit Marling. Direção de Mike Cahill. Lançamento 2012 – Twentieth Century Fox Home Entertainment

“Ela fez algo imperdoável. E um dia ela foi se desculpar, mas perdeu a coragem…” Assim Rhoda (Brit Marling) – a personagem central de A Outra Terra – inicia o diálogo crucial da estória ao referir-se a si mesma perante John (Will Mapother), o sobrevivente de um trágico acidente por ela provocado logo no início da trama. Ela havia passado 4 anos na prisão, mas o tempo não fora suficiente para superar a dor da culpa. O drama existencial é narrado paralelamente à descoberta de um novo planeta que se aproxima da Terra. A divulgação da descoberta coincide com o ingresso de Rhoda, aos 17 anos, na Universidade para estudar astro-física no MIT; no entanto, uma promissora carreira seria abortada por conta do acidente.

Aos poucos o misterioso planeta vai se revelando como um `duplo` da própria Terra com idêntica conformação geográfica, com sua própria lua e até mesmo com a possibilidade haverem lá os mesmos habitantes daqui! A intrigante expectativa de um contato com o outro planeta e da comprovação das teorias sobre mundos paralelos abre campo para a grande reflexão que o filme provoca acerca de uma nova chance, de uma forma de mudar as coisas, ou de uma esperança para quem se vê desolado diante da realidade e da irreversibilidade do fluxo da vida.

Ao invés de tornar-se cientista, a ex-presidiária torna-se faxineira de uma escola onde encontra a personagem aparentemente singela de um velho e cego faxineiro a quem se afeiçoa. Ao oferecer-lhe ajuda, o homem simples e com dificuldades de desempenhar suas funções lhe diz com a força da intuição e de uma grande sabedoria o conceito-chave para o seu conflito interior: APRENDER A SE PERDOAR.

Na obra mediúnica de Francisco do Espirito Santo Neto Um Modo de Entender: uma nova forma de viver, Hammed, o autor espiritual, nos esclarece acerca da culpa:

“A culpa nos paralisa no tempo e ficamos soterrados sob os escompbros de nossos desacertos.Ela interrompe nossas oportunidades de crescimento no presente em virtude de nossa obstinação neurótica em comportamentos do passado.

A raiz da culpa é o nosso imenso orgulho e as expectativas absurdas de como nós e os outros deveriam ser, de como deveríamos nos comportar diante dos fatos e acontecimentos.” (Hammed, 2004, pg. 115-116)

Poderíamos entender como um fracasso pessoal de Rhoda, ter interrompido o curso de uma carreira brilhante em face ao descuido que gerou o acidente. Contudo o tempo decorrido entre a prisão e o desenrolar da trama é equivalente ao período que teria levado até sua formatura (ver o bônus extra: A ciência por trás de A Outra Terra). Nos perguntamos, então, o que seria mais relevante como aprendizado de vida? O que nos parece erro, fracasso ou sofrimento, muitas vezes são formas de intensificar a experiência de crescimento do espírito na grande escola da vida. A riquíssima metáfora da outra Terra é a metáfora da idealização frustrada e da pretensa perfeição não atingida, assim como é a metáfora da continuidade da existência. A inexistência de um fim mesmo diante da morte. O filme enseja encararmos a grande tarefa da vida, a viagem ao desconhecido que é nosso próprio mundo íntimo. Ao estabelecer contato com os habitantes do outro planeta os personagens se deparam com a grande incógnita de se relacionarem consigo mesmos. Como nos sentiríamos? O que diríamos a nós mesmos se pudéssemos nos observar frente a frente? Como nos trataríamos? Como trataríamos o outro planeta sabendo que lá nós também vivemos? Poderíamos aprender algo com isso?

“Só quando aceitarmos que a vida perfeita é uma impossibilidade humana, quando aprendermos que há limites em nosso grau evolutivo, quando nos conscientizarmos de que não temos todas as respostas para o que acontece, quando aceitarmos que somos passíveis de falhas ou enganos, quando abandonarmos o complexo de onipotência, é que a culpa terá acesso restrito em nosso mundo íntimo.

Tudo aquilo que nos parece negativo é apenas um caminho preparatório para alcançarmos um bem maior e definitivo.

Use os erros e desacertos para seu crescimento interior. Aprenda com suas culpas e eleve-se para a Vida Maior.”(Hammed, 2004, pg. 115-118)

Resenha de Roberto Rampazzo Gambarato.

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