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Publicado em 27 de janeiro, 2023 | por Centro Paz e Amor

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Conflito dentro da família

ALBERTO ALMEIDA  (www.albertoalmeida.net)

CONFLITOS ENTRE O SISTEMA CONJUGAL E PARENTAL – A ESPOSA E/OU A MÃE

Outro conflito muito frequente no exercício dos papéis e das suas respectivas funções está na interação dos subsistemas conjugal e parental e, mais frequentemente, na movimentação da mulher em suas atribuições como esposa e mãe.

Como esposa, ela deve corresponder às demandas inerentes ao relacionamento com o esposo, assegurando, em regime em reciprocidade, a estabilidade do subsistema conjugal (esposa–esposo); como mãe, precisa desempenhar as atividades maternais, garantindo a harmonia do subsistema parental (mãe–filho).

Deste modo, a mulher deve buscar atender aos dois papéis (esposa e mãe) com equilíbrio, a fim de não comprometer uma ou ambas as funções, caso não saiba dosar adequadamente, balanceando a conjugalidade e a maternidade.

É comum observarem-se dois movimentos disfuncionais dentro do lar, gerando conflito entre os subsistemas mencionados.

Um deles se dá quando a mulher se inclina para a maternidade demasiadamente, e deixa uma lacuna no acasalamento, não atendendo à parceria com o esposo de forma satisfatória. Tal atitude pode gerar um distanciamento do parceiro, a ponto de criar uma vulnerabilidade capaz de ameaçar a estabilidade do relacionamento.

É nessa fase que, se não houver diálogo aberto e abundante sobre o conflito apresentado, com a explicitação do comportamento inadequado e de suas motivações, podem despontar como consequência: dúvidas no esposo sobre a cumplicidade amorosa da companheira; ciúme em relação à esposa com o(s) filho(s), seguido de rejeição à esposa e/ou ao(s) filho(s); carência no parceiro, deixando-o exposto ao apaixonamento por outras mulheres, podendo ou não desaguar em relacionamentos extraconjugais; experiências estritamente sexuais podem surgir fora do casamento, etc. Tudo isso variando em função das escolhas que o parceiro faz, em face de cada circunstância, e a depender dos valores educativos e princípios morais que regem o comportamento do homem e do lastro afetivo com que foi estruturada a convivência conjugal.

Ademais, tudo isso tomará contornos mais cinza, se considerarmos que a reencarnação nos traz dentro do lar, habitualmente, triangulações amorosas passionais do passado, para que no presente se possam realinhar comportamentos lesivos de outrora, agora reclamando novas escolhas, mais lúcidas e mais éticas, em reajustes inadiáveis por meio dos papéis de pais e filhos.

Portanto, é comum o filho e o pai serem os mesmos espíritos que conflitaram na disputa pela mesma mulher – a mãe e a esposa de hoje – em tempos outros, em clima de tensão e hostilidade, quando a ética consciencial foi sacrificada, a fim de se lograr alcançar o objetivo cobiçado, às vezes, em cumplicidades e conluios inconfessáveis. Em idênticas circunstâncias surgem como problemas-desafios nos reencontros de almas, nesta existência, hoje catalogadas como pai, mãe e filha, reagrupadas na teia familiar, em busca de soluções para questões pendentes que ficaram guardadas nas consciências, aguardando o tempo adequado ao ressarcimento de delitos morais perpetrados em outras eras.

Em todas essas ocorrências, o lar é convidado a enfrentar as dificuldades para o equacionamento dos conflitos, envolvendo subsistemas, valendo-se de um olhar que considere a problemática doméstica para além do complexo de Édipo/Electra.

Outra movimentação igualmente imprópria acontece quando a mulher se inclina exageradamente na direção do esposo, em detrimento da sua relação com o(s) filho(s), deixando-o(s) semiabandonado(s), posto que ela prioriza investir no parceiro conjugal, a tal ponto que sobram apenas migalhas para o(s) filho(s).

As consequências negativas são inevitáveis para a prole, uma vez que há uma atenção demasiada dispensada ao subsistema conjugal (o casal), em desfavor do subsistema parental (pais–filhos), daí podendo surgir como decorrência que o(s) filho(s) passe(m) a apresentar, pela própria imaturidade, consciente ou inconscientemente, a sensação de estar sendo abandonado(s) pela mãe e, por extensão, pelo pai; experimentar o afastamento da mãe como uma rejeição à sua própria pessoa; interpretar que ele não tem valor e nem graça e, por isso, a mãe prefere o pai; sentir raiva do pai por ter-lhe roubado a mãe, subtraindo-lhe a convivência maternal; agredir a mãe e/ou o pai por motivos banais; alterar negativamente seu comportamento na escola, inclusive com diminuição do seu aprendizado…

Em seguida, como de fato há certo descompasso no atendimento às necessidades filiais, em razão de a mãe alocar excessivo tempo ao seu esposo, em detrimento da prole, o(s) filho(s) passa(m) a procurar fora de casa os pais de que não dispõe(m) de modo satisfatório. Fica(m), assim, com o decorrer dos anos, em vulnerabilidade às perigosas arremetidas externas – num mundo cheio de apelos – às investidas das más companhias; das drogas ilícitas; das vinculações afetivas neuróticas; do etilismo; do casamento precipitado…; e de outros tantos “mães e pais”, na busca vã de suprir o que lhes faltou ao longo da sua trajetória filial, bem como na ânsia inglória de resolver os conflitos que foram surgindo devido ao distanciamento dos seus pais.

Claro que tudo que foi dito em relação à mulher no desempenho disfuncional dos papéis de esposa e mãe, também se aplica à figura do homem na atuação como esposo e pai. Apenas o destaque foi dado para o gênero feminino em razão de esses conflitos terem nela maior prevalência. Entretanto, ainda assim, o problema que é mais frequente na mulher, sempre afetará o sistema inteiro e será de responsabilidade dos adultos.

Por tudo assinalado, fica consagrado que a mulher e o homem podem e devem manter muita atenção na harmonização da aplicação das energias amorosas, de modo a garantir o equilíbrio entre os subsistemas conjugal–parental, assegurando a adequada funcionalidade da família propiciadora da união do lar e do desenvolvimento dos seus membros de per si.

Salvo em situações de exceção no encaminhamento de soluções para problemas dolorosos, em geral, no lar, não se trata de optar entre o subsistema conjugal OU o subsistema parental; mas sim, de aditar, somar as transações emocionais envolvendo esposo–esposa E mãe–filho (pai-filho) e, deste jeito, configurando a normalidade na dinâmica da família.

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