O SUBSISTEMA PARENTAL
ALBERTO ALMEIDA (www.albertoalmeida.net)
Nesta estruturação hierárquica funcional, consideremos o que acontece no subsistema parental (pais-filhos).
Aqui os pais têm o papel de autoridade sobre os filhos, através da qual devem exercer a função de proteção, nutrição, educação, orientação, etc. Por conseguinte, as figuras parentais não podem se confundir com as dos filhos, como se fossem seus amiguinhos, colegas, etc., abrindo mão da ação de comando que lhes compete.
Um pai pode e deve, também, ser amigo do/a seu/sua filho/a, e amigo-confidente, se possível; porém, sem jamais abrir mão da competência de ser o pai, posto que este papel sempre deva ter prevalência. De igual modo deve ser a relação da mãe com os/as seus/suas filhos/as. Portanto, os filhos têm muitos amigos e companheiros; todavia, nenhum destes substituirá a condição inalienável da mãe como do pai.
Assim, o pai e a mãe não podem perder a verticalidade da função que a vida lhes conferiu, de conduzir os seus filhos, notadamente quando crianças e adolescentes.
Óbvio que há circunstâncias de vida de exceção, em que os pais estão ou são ausentes por motivos variados (por desencarnação; por encarceramento pós-delitos; por abandonos depois de separações conjugais; por doenças mentais graves…), e outras pessoas surgem para o desempenho dos papéis que lhes competiam, pessoas essas que assumem a tutela perante os seus rebentos, assim exercendo a função do acolhimento afetivo, da alimentação, da segurança, da educação, etc. São, habitualmente, os parentes ou amigos da família, como tios, avós, padrinhos, padrastos…
Nesse subsistema parental (pais-filhos), fica bem definida a possibilidade de interação entre pais e filhos na perspectiva de uma educação integral. Os espíritos que reencarnam na posição parental experimentam o convite para o desenvolvimento das virtudes e habilidades que a paternidade e maternidade ensejam, mediante a convivência diuturna com seus rebentos, pela qual poderão assegurar o exercício das suas funções, atendendo às finalidades que implicam a sua missão de serem pais junto aos seus filhos.
Deste modo, parafraseando Abraham Maslow, podemos considerar as necessidades a serem atendidas pelos pais perante os filhos, como as de ordem:
– fisiológica: saciar a sede e a fome, escolhendo adequadamente a quantidade e a qualidade dos alimentos; assegurar o repouso refazedor; facilitar as eliminações através das excreções orgânicas; propiciar uma boa higiene corporal; manter a saúde biológica…
– proteção: cuidar da integridade física; zelar pela escolha dos cuidadores da criança; inspecionar os espaços em que a criança se movimenta; selecionar brinquedos e brincadeiras que não coloquem em risco a segurança orgânica da criança; edificar habitação que proporcione segurança e proteção…
– socioemocional: nutrir afetivamente; promover a socialização; garantir o sentimento de pertencimento familiar e de outros grupos como de amigos, de colegas da escola, da religião…
– estima: viabilizar o autorreconhecimento; favorecer a construção da autoconfiança, do autovalor e do autoamor; ensinar o respeito a si mesmo e aos outros…
