Publicado em 7 de março, 2021 | por Centro Paz e Amor
0Razão ou Coração?
Todos os Espíritos são criados por Deus em estado de ignorância e simplicidade. Eles possuem o embrião de todas as virtudes. Mas necessitam das experiências da vida para desenvolver o seu infinito potencial.
No universo não há privilégios ou injustiças. Cada qual ocupa uma posição adequada ao seu estágio evolutivo e as suas necessidades de aprendizado. Na jornada para a plenitude, as asas do conhecimento e da moralidade gradualmente despontam em toda criatura. Mesmo quem hoje parece um pervertido adquirirá a máxima pureza. Tudo é uma questão de tempo e de esforço. A criatura que parece privilegiada pela vida, na verdade trabalhou mais o seu interior.
Talvez seja mais velha do que as demais, por ter sido criada antes. Mas certamente já trabalhou muito. Afinal, o mero passar do tempo pouco ensina. É o que ocorre em uma escola. De nada adianta o aluno ser mais velho do que os demais de sua classe. Se não aprende a lição, não é promovido para a etapa seguinte. A angelitude é um estado de consciência de quem muito conhece e muito ama. Freqüentemente se ouve falar de embates entre a razão e o sentimento.
Em face de determinada situação, a criatura não sabe qual rumo tomar. Seu coração anseia por determinada solução, mas a razão aponta para outra saída. Esse gênero de dúvida revela a pouca compreensão que ainda temos da finalidade da vida. Ninguém nasce a passeio ou apenas para realizar fantasias. Todos trazemos uma programação a cumprir, que invariavelmente visa a nossa evolução, o nosso aperfeiçoamento. O objetivo de nossa vida sempre será o desabrochar do anjo que em nós reside.
Esse objetivo identifica-se com a aquisição da sabedoria e do amor. Ocorre que amor não é sinônimo de desejo. Essa sublime energia rege o universo. Ela desperta em nós o ideal de auxiliar o próximo a ser feliz. Mas a razão nos diz que a felicidade depende do dever bem cumprido. Ninguém pode ser genuinamente feliz com a consciência pesada. Assim, o coração e a razão nunca entram em contradição, para quem compreende o seu real papel em face da vida.
Nossos amores não nos pertencem. Eles são filhos do divino pai, que os criou para uma meta transcendente e maravilhosa. Nosso papel é o de ajudá-los a atingir essa meta tão sublime. Amar não implica ser conivente ou livrar o próximo do trabalho que lhe compete. Amar não significa manter o ser amado ao nosso lado, quando ele deseja viver outras experiências. Amar é auxiliar a ser feliz, a ser melhor, a crescer para Deus. A razão lúcida ilumina e dirige o coração. O coração que aprendeu a amar suaviza e dulcifica o raciocínio. A sabedoria e o amor são duas energias que se complementam, na perfeita harmonia da vida.
Nem determinações duras e implacáveis, nem pieguice e conivência com equívocos.
Quem ama e sabe, educa e ampara. Acalenta, mas liberta.